A Ciência do TheraTogs: Adaptação Fisiológica

A capacidade dos ossos, músculos, ligamentos, tecido conjuntivo e outros tecidos maleáveis de se adaptar ao histórico de uso é conhecida, enquanto os mecanismos fisiológicos que operam para efetuar as adaptações permanecem em investigação. Cientistas estão utilizando novas tecnologias de imagem para observar a microestrutura dos tecidos e identificar mudanças em várias condições de uso. [1,2]

Modelagem Óssea e Articular Relacionada a Movimento

Os mecanismos de mudança em ossos e articulações em desenvolvimento estão relacionados ao histórico de uso principalmente durante os primeiros 7 anos de vida. Os ossos de recém-nascidos são constituídos majoritariamente por cartilagem preenchida com água. Estes ossos jovens mudam de forma conforme sofrem forças externas impostas pela gravidade e ação muscular como sustentação do peso e forças de tração e rotação. Os ossos também se adaptam em espessura à natureza da carga típica de forças. [3]

A modelagem de ossos e articulações ocorre normalmente no contexto da gestação, seguido pelo curso típico da aquisição de controle postural em todas as posições, onde surgem as habilidades de movimento.

O tempo gasto em posturas compensatórias e estratégias de movimento incorretos estimulam uma progressão de deformidades e desequilíbrio muscular. Ossos e articulações em crescimento suportam cargas alteradas e se adaptam a elas na presença de alterações no peso, equilíbrio e habilidades de movimento. Exemplos comuns: subluxação no quadril; excesso ou déficit de torção femoral e tíbio-fibular; desalinhamento na articulação do joelho – varo ou vago.

Fisiologia Muscular

Mudanças nas características físicas, biológicas, bioquímicas e funcionais de músculos e tecidos e nervos associados também podem ser observadas. A anatomia e a fisiologia dos músculos se adaptam ao histórico de uso. Por exemplo, crianças com controle do tronco comprometido comumente recrutam músculos dos membros em padrões tônicos para manter o equilíbrio em posições funcionais. Estes músculos e seus tecidos, vasos, nervos e pele adjacente se encurtam com o tempo e a criança pode desenvolver contraturas como resultado.

O Papel de TheraTogs na Adaptação Fisiológica

Intervenção antecipada: A prevenção por intervenção antecipada é a primeira linha de defesa contra adaptações patológicas em ossos e tecidos moles. Recomendamos o uso dos sistemas Wunzi TheraTogs para crianças pequenas que não apresentem convulsões ou bradicardia que mostrem evidência de atraso ou dificuldade em alcançar as posturas iniciais, fundamentais e simétricas em posição supina e prona que são típicas por volta dos 4 meses.

O uso criterioso de roupas TheraTogs Wunzi com suas faixas pode:

• Fornecer abundantes informações somatossensoriais
• Auxiliar no alinhamento da coluna, caixa torácica e pelve
• Auxiliar no direcionamento das cargas de peso corporal para segmentos do tronco e pelve apropriados para a faixa etária
• Auxiliar no posicionamento dos membros para uso em brincadeiras

A intervenção preventiva para promover o desenvolvimento sensório-motor segue o curso da aquisição postural e de habilidades de movimento, ilustrado e detalhado por Lois Bly, PhD, PT. [1]

Um elemento chave do desenvolvimento dos ossos e articulações é a habilidade de gerenciar o peso do corpo efetivamente em diversas posturas em brincadeiras.

Intervenção na Infância: O histórico de uso é criado pela prática repetida e por milhares de repetições de movimentos de rotina diariamente. Alterações nos ossos e articulações são adaptações a este histórico de uso. Em função da diminuição da flexibilidade dos ossos e articulações em crescimento durante a infância, a oportunidade de influenciar a modelagem dos ossos também diminui. O potencial do TheraTogs de afetar ossos em crescimento ao desenvolver o alinhamento das articulações durante o dia está relacionado à maturidade dos ossos – quanto mais nova a criança, mais responsivos são os ossos às forças modeladoras – e à natureza dos movimentos diários.

Médicos utilizam avaliações clínicas e radiológicas específicas para documentar o histórico de uso, a forma dos ossos e as mudanças que refletem os efeitos de intervenções com TheraTogs – especialmente quando combinado com suporte otimizado para os pés e tornozelos e re-treinamento postural.

Redução de Contratura: Siracusa et al (2004) obtiveram evidências quanto à extensibilidade dos músculos adutor, bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo – através de avaliação da amplitude de movimento das articulações – antes e depois do uso de sistemas TheraTogs customizados por 8 semanas – o período mínimo de estudo – em 3 crianças com paralisia cerebral diplégica. [3]

Nenhum outro aspecto do programa terapêutico ou do uso de órteses sofreu alteração durante o período de uso. As 3 crianças utilizaram as faixas para promover rotação lateral do quadril e estabilidade abdominal, com faixas adicionais direcionadas a necessidades individuais.

• TH, um menino de oito anos que anda com um andador posterior e que sofreu rizotomia dorsal posterior seletiva aos 3 anos, mostrou ganhos nos músculos bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo de 11ºgruas no lado esquerdo e 25º graus no lado direito.
• AZ, uma menina de 3 anos, que anda de forma independente, mostrou ganhos na abdução dos quadris em 23º graus no lado esquerdo e 15º graus no lado direito; e no comprimento dos músculos bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo em 19º graus no lado esquerdo e 24º graus no lado direito.

Estes resultados sugerem que ao melhorar o estímulo somatossensorial e o alinhamento das articulações, a necessidade de recrutamento dos músculos encurtados que eram usados de forma tônica para o equilíbrio diminuiu, e eles responderam com alongamento mais próximo do normal.

Referências:

1. Bly L. 2011. Components of Typical and Atypical Motor Development. Laguna Beach, CA; Neurodevelopmental Treatment Association; ndta.org
2. Legs & Feet: A Review of Musculoskeletal Assessments – a DVD of Beverly Cusick demonstrating 30 musculoskeletal assessment procedures- is available at gaitways.com.
3. Siracusa C, Taynor M, Geletka B, Overby A. 2005. Effectiveness of a biomechanical intervention in children with spastic diplegia. Pediatr Physl Ther. 17(1):